Pensamentos

Hoje não vou dizer nada, não quero dizer nada, por vezes não vale a pena, não é preciso, estou consciente que nada preciso dizer, as palavras, muitas vezes aliadas, tornam-se improdutivas quando o pensamento se vira para um dos lados e esquece todos os outros, não vou expressar um sentimento nunca sentido, pois as palavras serão inúteis, desprovidas de verdade, serão ridículas se forem escritas e no final inconclusivas, assim vai quem nada quer escrever...

É enorme a alegria, o espanto, a paixão, é sem palavras que expressamos os nossos mais íntimos sentimentos, é sem razão que choramos, que nos emocionamos e que emocionamos outros, é verdadeiro, sentido, inesperado, ontem vivi um desses momentos, ontem vi uns olhos cheios de amor, de alegria, de espanto, uns olhos cheios de verdade, ontem também te senti bem perto de mim, vi-te sorrir, vi a tua essência, hoje fico com a memória, com a recordação...de e para sempre. 

Porque o maior desafio da nossa vida não é fazer, sempre, as escolhas certas, mas fazer "a escolha" certa... Vivemos no tempo de "escolher" o melhor caminho, existem vários, encontra o melhor caminho e, já agora, leva alguém contigo, leva-O no teu coração, busca em cada dia a perfeição, idealiza a verdade, pensa de uma forma positiva, realiza os teus desejos, nem que para isso tenhas que fechar os olhos e sonhar....

Porque a vida deve ser partilhada, vista por outros olhos, porque estamos em constante aprendizagem, porque somos seus alunos, devemos estudar a sua história, devemos compreender a sua memória, devemos estar atentos às suas aulas, nunca a interromper, aproveitar os intervalos para rir, brincar e amar, olhar para ela como sabedora e rica companhia, olhar para ela como uma amiga que deslumbra e emociona, que magoa e que recompensa, assim é a vida, uma amiga misteriosa, enigmática, mágica... 

Sonho com letras que formam palavras, palavras que vagueiam sozinhas sem qualquer intenção ou propósito, até que alguém usa e abusa delas, certo dia encontrei duas palavras perdidas, guardei-as comigo e levei-as para casa, no meu jardim quis plantá-las com o pensamento virado para o fruto que poderiam dar, assim fiz, de um lado plantei a palavra amor, do outro a palavra ódio, cuidei delas da mesma forma, com o mesmo carinho, as duas árvores cresceram e deram os seus frutos, da árvore do amor podia colher a verdade, a honestidade, o carinho, a bondade, a sinceridade, o sorriso, a alegria, a luz, a paixão e a concórdia, do outro lado podia colher a raiva, a covardia, a intolerância, a mentira, a guerra, a tristeza, a desonestidade, a maldade, o pecado e o desdenho.  Agora pensa, de qual das duas te vais alimentar!!! 

Não deixo de pensar em ti, como estarás, como serás, imagino-te no meu íntimo, fazes parte da minha vida, não consigo, os nossos olhos cruzam-se sem nunca se ver, falas comigo com palavras que nunca ouvi, fazes de mim o que queres, levas-me por caminhos desconhecidos, deslumbras o meu ser com a beleza da tua criação, és dádiva, és benção, és parte de mim, parte de nós, és vida própria, és consciência, és palavra, és amor, és repeito, és verdade, és TU!!!  

Por vezes somos confrontados com lições de vida do nosso imaginário, realidades que nos tocam, que nos enchem de orgulho, verdades escondidas, sorrisos desvendados, amores desencontrados, retratos virtuais de um rosto que conhecido se torna esquecido por nós e pelo nosso desleixo, vontades reprimidas, vidas tiradas, mortes anunciadas, tristezas acompanhadas, o que resta...., a certeza de um dia, o amor nas palavras e nos olhos de um desconhecido, a força de um sorriso, a voz que nos comanda...

Quando pensamos dizer uma coisa e não encontramos a palavra certa, ficamos entre dois espaços, entre pensamentos que se cruzam, sonhos que fervilham, vontades que se rendem, ideias que transpiram verdade, então procuramos e vamos à descoberta, descobrimos a palavra de uma forma incessante, sofregamente, até que chegamos ao nosso destino e descobrimos que existem palavras soltas no interior de um qualquer cofre sem chave....e então perguntamos, onde estás tu? 

Tu e o mar, duas personagens deste livro que vou escrevendo, duas presenças indiscutíveis na procura da verdade, da essência, uma transmite a serenidade necessária ao meu comportamento e outra seduz e completa o saber da minha pessoa, só assim posso descobrir quem sou, o que faço aqui, só assim posso contemplar o que me rodeia, só assim posso sentir a tua alma ao mesmo tempo que sinto a tua respiração e o teu corpo, serei, para sempre, grato pela tua força, pela linha do teu horizonte, pela fonte da tua vida, pela verdade do teu olhar...

Quando estamos a enfrentar dificuldades, encontramos sempre alguém, que sendo desconhecido, oferece-nos ajuda imediatamente. Todos nós dependemos uns dos outros em circunstâncias difíceis, e fazemo-lo incondicionalmente. Nós oferecemos ajuda às pessoas mesmo antes de lhes perguntamos quem são. Ajudamos porque eles são seres humanos como nós, esta é a essência da nossa natureza. 

Um dos gestos mais nobres que o ser humano pode ter é assumir as suas responsabilidades, assim, levantar a cabeça durante esta viagem é acto nobre e capaz de traduzir a dignidade da sua consciência, hoje, ser adepto da verdade é incomum, é facto isolado, caminhar conforme a memória da nossa educação é relativizado, chegados a este nível, só nos resta olhar em volta e em silêncio procurar a redenção.

Vozes que se levantam, pensamentos que se elevam, revolta e incerteza, desilusão e impotência, gritos só ouvidos se estivermos com atenção ao silêncio que nos rodeia, gritos desesperados no olhar de uma criança, gritos desesperados nas lágrimas de um velho, gritos desesperados na vontade de um jovem, gritos que toleramos com a nossa intenção de fazer de conta que não nos ouvimos, sim, é verdade, nós não nos conseguimos ouvir!! 

"O gesto leva ao hábito e, este, à formação do carácter" - Ellen White Que grande contributo para o nosso crescimento, uma frase cheia de acção, de compromisso, de honorabilidade, A Sra. Ellen habituou-nos a isso, a ouvir as suas sábias palavras e a incuti-las no nosso coração como razão de vida, por isso e mais uma vez nos influência no caminho da nossa bondade, da nossa dignidade, cada gesto que temos, cada acção, boa ou má, é parte do que somos, é gerador da nossa personalidade.  

Interesse comum a todos, vontade expressa em cada um, imaginário de uma cultura própria de arrogância e altivez, preconceito levado ao extremo, razão desgovernada dos interesses próprios, assim és, assim somos, perante isto resta a racionalidade de um coração bondoso, altruísta, governado pelo mais íntimo dom da humanidade, o amor, só nos resta esta palavra, este sentimento que com sentido não tem significado. 

Para reflexão de todas as mentalidades, de todas as reacções e vontades, pensar na nossa natureza de humanos é um acto isolado de manifesta inspiração, compreender a vontade dos outros e exprimir uma critica construtiva é um valor digno e altruísta. "Quanto mais honrado um homem é, mais lhe custa suspeitar de que os outros não o sejam." (Cícero)

Mais cedo ou mais tarde o caminho será desvendado, o horizonte será descoberto e a plenitude será vivida, na essência da verdade esconder-se-á a razão da existência, seremos livres das nossas acções e dos nossos comportamentos, seremos parte do imaginário, do irreal e do desconhecido, seremos o único e o todo, o eu e o ele, assim será... "Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro" - Apocalipse 22:13

É tempo de retemperar a energia, de inaugurar o pensamento crítico, de alcançar o propósito da esperança, pensar em esperança é pensar na memória de actos e vivências que nos marcaram e que nos levam ao sorriso, é pensar na vontade de continuar, de lutar e de ter argumentos para sermos parte do que fomos por alguém que nos marcou na eternidade.

A intenção está presente, a lealdade que temos à nossa verdade é a única forma de conseguir ser leal aos outros, se nos ocuparmos em demasia com a nossa realidade, jamais descobriremos o tempo necessário para conhecer outras realidades, a virtude não se mede pelo nosso esforço mas sim pelo nosso comportamento.

Hoje, estou no meu paraíso, tenho os olhos postos nos Himalaias, a serenidade é total, o silêncio é arrabatador, a paz e o seu significado estão presentes a cada momento, a vida completa-se, tudo tem forma, tudo tem o seu lugar, a perfeição toca-nos e a verdade enche o meu coração, não tenho dúvidas, é o local mais singular que alguma vez visitei, estou sem palavras, o silêncio fala, a tolerância existe e a verdade é verdade.

Certo dia, ao tentar perceber atitudes deparei-me com uma realidade muitas vezes esquecida, todos conseguimos ver nos outros os nossos erros e as nossas virtudes, todos apontamos o dedo a quem achamos ter mais ou melhor que nós e todos conseguimos apontar o dedo a quem nada tem, então reflecti: Quem sou eu aos olhos de uns e de outros? que papel é o meu? que atitude será a mais certa? Ser a ponte entre estes dois mundos, ajudar quem nada tem e entender quem tem muito, ou ser cúmplice desta terrível verdade, querer ter muito e passar ao lado de quem nada tem.  

Relato de uma experiência vivida, retrato de uma imagem gasta, poderes inimagináveis, relacionamentos perdidos e achados num qualquer espaço da nossa memória, tolerância levada ao limite do bater do nosso coração, querer ser, querer dar, conseguir olhar de frente, levantar a cabeça e dizer bem alto para que todos ouçam, o que somos na realidade, para onde vamos, nasce e logo te direi, percorrerei o teu caminho, saberei onde estás poruqe um dia deixarás de me ver, de me ouvir, mas não te iludas, eu estarei ao teu lado, para sempre.