Pensamentos

Desculpem o meu atrevimento, não estou capaz de transformar a minha ira, a minha raiva no mais doce e coerente pensamento, na maioria das vezes a vida não é justa, não é para mim, não é para ninguém, por vezes acordamos com aquela sensação de querer dizer tudo o que pensamos, de querer justificar o injustificável, a verdade é que ao longo deste tempo injusto, no meu coração, tenho encontrado um caminho de tranquilidade, de apaziguamento, de bondade que, nestes momentos, me dão a capacidade de parar, escutar e olhar, a verdade é que existe alguém que me consegue acalmar, que me faz reflectir, e então vem o silêncio, aquele que para mim é o maior aliado da sabedoria.

O saber é fruto da ignorância, todo aquele que é sabedor foi um dia ignorante, e todo aquele que tem a noção da sua ignorância torna-se humilde na sua sapiência.

A nossa responsabilidade vai mais além do que demonstrar aos outros o que é justo, a nossa responsabilidade é o encontro e a forma como interpretamos e encaramos o que advém da vivência entre o bem e o mal.

Lembremos a alegria que proporcionamos ao nosso coração quando nos entregamos ao mais íntimo sentimento de dádiva e de partilha sem que para isso necessitemos de ter algo em troca.

Relembro cada dia as tuas palavras, o teu sorriso, o teu esforço, o teu caminho será eterno, a tua obra será lembrada, sempre pronto a ajudar, sempre com uma palavra amiga, sempre justo, sempre honesto, incansável, caminhos percorridos, juntos sem falar e a aprender, mão forte e segura, presença firme, assim tu és na minha vida, assim serás na vida dos que vierem, a tua vida será para sempre lembrada, jamais esquecida.

Já é tempo de reflectirmos sobre as nossas acções e os nossos comportamentos, já é tempo de agirmos conscientes das nossas limitações, este é o tempo para pensarmos no que somos, é o tempo para sabermos o que queremos, é o tempo de agir, é o tempo de fazer mais, de unir esforços, é o tempo da perseverança, da humildade e da fraternidade.

Luxúria, exuberância ou excesso, provavelmente quem me conhece sabe o que vou escrever sobre este tema, ou talvez não, luxúria de pensamento, de consciência, excesso de tudo que no fim se resume a nada, esta é a verdadeira provocação, a verdadeira maldade, no fim ficamos sós, rodeados da luxúria de uma vida sem provérbio, sem sonhos e sem verdade.  

Inveja, todos a sentimos, com todos ela convive, com mais ou menos insistência, com mais ou menos propósito, ela lá está e marca a nossa vida pelos piores motivos, digo eu, há quem não pense assim, mas a inveja leva-me a pensar naquelas pessoas que nada tem, daquelas que não ouvem uma palavra, que não têm com quem falar, leva-me a pensar nas guerras de pensamento, leva-me a pensar nos idosos e nas crianças, e agora pergunto, desses, consegues ter inveja?

Avareza, um dos pecados mortais, também um dos mais comuns nos dias de hoje, estar agarrado a algo ou ser mesquinho, nem sempre é sinónimo de depreciação, ser somítico ou avarento ao próximo e à tentativa de conseguir vê-lo sorrir através das nossas acções é um acto nobre, mas o senso comum diz-nos que um avarento é sovina, agarrado aos bens materiais, ao dinheiro, então, e como todos, sem excepção, pelo menos um dia das nossas vidas provou deste pecado, lembremo-nos do sentimento que isso provocou em nós, aqueles que se arrependeram, que mostraram que esse não era o seu legado, o seu lema, conscientes do que somos e do que temos, transportemos a nossa avareza para o desejo mais nobre do nosso coração, seja ele qual for. 

Sentidos despertos, sentimentos guardados, momentos recordados, passado no presente, assim é a vida, uma constante descoberta de emoções, de alegrias, de angústias, de valentias, assim somos nós, os guiões das histórias, inconfundíveis, retratos guardados no baú do nosso tempo, interesses revelados nunca antes vividos, amores eternos jamais conhecidos....e então te digo, simplesmente, gosto de gostar de ti. 

A único meio de responder ao egoísmo, à intolerância, à desonestidade é o silêncio, essa forma de comunicar sabedoria, de exprimir nobres sentimentos, o silêncio que conhecemos, que admiramos, que não receamos, que é mais poderoso que as palavras, que é conhecimento e comportamento, o silêncio que observa quieto, aprende com o silêncio pois é a melhor forma de combater o ruído dos outros.   

Não quero repetir as centenas ou milhares de mensagens que se traduzem por esta altura, até porque essas mensagens, habitualmente, estão carregadas de descaro e hipocrisia, quero antes, convosco, partilhar um simples pensamento: Partilha o que tens com outros, não para te agradecerem, mas para puderes agradecer, escuta o que te querem dizer, não para julgares, mas para teres com quem falar, abre a porta do teu coração, não para saíres, mas para puderes deixar entrar. 

E então caminhei por entre vales e montanhas, passei por rios e desertos, caminhei sem perder o rumo, tu ali estavas, a meu lado, a iluminar o meu caminho, não vi ninguém e ninguém me viu a mim, estava só, mas estava bem, sentia-me acompanhado, protegido, algo que até hoje não consigo explicar, não consigo demonstrar em palavras, algo que sinto, que simplesmente sinto... 

Estás presente num qualquer gesto meu, num qualquer olhar, numa qualquer palavra, vejo-te em qualquer direcção, olho-te num qualquer momento, é como se o meu pensamento fizesse parte de ti, não sei como te pedir, como te perguntar, não sei o que te dizer, faço as coisas sem pensar, pergunto-te baixinho e dás-me a resposta que quero ouvir, escuto-te sem falar contigo, pressinto-te sem estares presente...

Para mudares, para mudares terás em mim a luz que te poderá iluminar, terás em mim um amigo, um aconchego, uma certeza, no entanto e quando acordares terás que ser tu a encontrar o caminho da felicidade, o caminho da verdade, o mais puro dos teus desejos, o horizonte do teu mar, terás que ser forte nas convicções, alegre nas decisões e contido nos julgamentos, terás que ser interprete em causa justa, terás que ser humilde na humildade, verdade na mentira, terás que ser o reflexo da luz que ilumina o teu caminho.

Tens andado distante de todos, refugias-te no teu mundo, fechas os olhos aos que por ti passam, andas demasiado ocupado que nem te lembras de quem és, e o que és, a tua certeza é um caminho perdido, sem destino, sem ambição, cansado de nada, cansado de tudo, não tens forma, estás vazio, sem perdão para perdoares, sem verdade para falares, assim vai o teu coração…

Por descobrir, por sentir, temos a ideia de que chegados a um certo momento de vida, tudo sabemos, tudo vivemos, tudo experimentamos, mas ainda há muito por descobrir, muito para viver, muito para alcançar, dentro dos nossos limites teremos que ser humildes e capazes de compreender o caminho que percorremos e o alcançe que dele podemos ter, por vezes é preferível parar para depois alcançar, é preferível ouvir para depois descobrir, por vezes é preferível só o silêncio....

Viver neste tempo, no nosso tempo, é ter a consciência de um passado e a presença de um futuro que ainda por vir nos traz à memória o nosso verdadeiro contributo para o alcançarmos. Na verdade o que somos hoje não é nada mais do que fomos ontem e do que seremos amanhã, crescemos na sabedoria, no tamanho e na forma de vida, crescemos no nosso mundo pequenino e quando nos apercebemos de que ele é imenso, é tarde, é muito tarde, ainda vamos a tempo de pedir desculpa mas nunca a tempo de nos desculpar-nos pelo tempo perdido. 

Porque aquilo que sou reflecte, entre actos e escolhas, muito de ti, muito do teu coração, foste amparo, foste digno, foste ilustre desconhecido, foste razão, foste ensinamento, foste educação, foste altruísmo. Dez anos de vida, de presença, de constante palavra, dez anos de sorrisos, de lembranças jamais esquecidas, foram vida, foram vida. Escrevo-te não porque deixei de te dizer, não porque deixei de o fazer, escrevo-te porque a oportunidade que tenho é esta, porque as lágrimas me caem pelos olhos, escrevo-te porque ensinaste-me a ser forte, porque partilhaste a tua vida comigo, escrevo porque deixaste um legado, uma descendência, um orgulho, as minhas palavras, o meu coração, a minha vida te agradece porque ao teu lado fui, nasci, cresci, e tornei-me homem do teu reflexo, porque nem sempre estivemos de acordo e com isso crescemos, porque relembro cada dia as tuas palavras, o teu sorriso, o teu esforço por nós, o teu esforço por mim, o teu caminho será eterno, a tua obra será lembra...

Simples o nosso querer, o nosso ser, quando os olhos conseguem ver a verdade, quando a mentira descobre a derrota, quando o sol aquece e o vento desaparece, quando as árvores falam e a chuva canta, simples, descoberta do medo, das alegrias, das angústias, simples e tudo fazemos por amor, a algo ou a alguém, simples, e a vida demonstra ser aliada, amiga e persistente e então descobrimos que é simples, a vida é isso mesmo...simples.