Pensamentos

Verdade, aquela que gosta de perceber o que passa na cabeça das pessoas, se simples fosse não existia o pensamento e a forma como podemos ver os outros com a nossa verdade, ponderamos e tentamos fazer o que achamos certo, por vezes conseguimos e o olhar é sorridente de quem nos vê, a alegra o nosso sentido, outras vezes falhamos, humanamente cruel e imperdoável a outros olhos, para nós, um processo de crescimento e reflexão, mesmo sendo capazes de pensar antes de agir, um pensamento mal interpretado por nós, leva-nos a uma acção intolerante e impulsiva, resta a forma de como, a partir daí, somos capazes de olhar e entender a nossa dignidade.   

A caminhada prossegue e o tempo passa por nós sem pedir licença, somos chamados à razão das nossas acções na altura em que a nossa cabeça se encosta ao travesseiro, muitas vezes o resumo faz-nos sorrir, outras vezes sonhar e outras chorar, somos a pensar o porquê desta ou daquela atitude, somos a realçar este ou aquele comportamento, somos a pensar nesta ou naquela pessoa, o mais importante é fazer de nós a esperança e nunca o lamento.

Novo dia, existe sempre um novo dia, aquele em que tudo parece perfeito aos nossos olhos, aquele em que a verdade ridiculariza a mentira, aquele que sorri perante as adversidades, aquele que responde com clareza e lucidez, aquele dia em que a tempestade se transforma e nos permite ver a luz, aquele em que a tristeza se revela num olhar e consegue sorrir, o dia em que as nossas mãos conseguem sentir o sentido da nossa vida, esse dia vai chegar, o dia em que a distância deixa de significar ausência, o dia em que o sonho se tornará uma realidade.

Não é que não tenha nada para dizer, aliás, hoje seria o dia ideal para preencher esta pequena folha com milhares de palavras sentidas e tristemente vividas, mas a verdade é que nada vou dizer, vou remeter o meu pensamento ao silêncio e à esperança, serenidade e coerência que o mesmo me transmite.

Para afastar o meu pensamento, para iluminar o meu dia, falta-me bem mais do que a certeza destas pelavras, falta-me soltar na noite o que no meu íntimo me sufoca, falta-me gritá-lo aos quatro ventos e mostrá-lo aos sete mares, falta-me ser aquilo que não sou ou então dizer baixinho aquele que me sustenta, aquele que me alcança, aquele que deixa em mim um arrepio, aquele que é perfeição, aquele que se diz lentamente e se soletra muito devagar, aquele que dá força, aquele que me faz seguir, o teu nome, meu amor. 

Ausente de uma forma estranha, olhar inquieto, vontade prometedora, verdade escondida no sorriso de alguém especial, desfrutar de uma vida imensa, atenta quando acordada, sonhadora quando a dormir, desistir de algo que nunca me disse nada e que alimentava com pão e pouco mais, relativizar objectivos e premunições, simples viver, e só isso, só viver!

Conta uma história, relata o que vês, o que sentes, escreve, fala, mergulha no teu íntimo, deixa-te levar pela tua memória, fala da acção, de um romance ou até do medo que sentes,  poderás falar de tudo, tudo mesmo, não deixes de o fazer, nem que para isso inventes um amigo, uma personagem, fala com ele e por ele, será a tua inspiração, o teu Eu, será a tua melhor critica, o teu melhor conselho, leva o triste ao mais puro dos sentidos, sorri para a angústia e liberta a tua vontade, a tua certeza, salta muros e fronteiras, viaja pela tua alma sem destino, procura o começo de tudo, a origem, a porta de entrada, quando a descobrires...descobrirás a resposta!    

Não sou assim, não como me pensas, sou o que sou e o que sou devo-o à génese, à educação e a muitos factores que condicionaram o meu crescimento, esses que fazem de mim aquilo que hoje vês, aprendi a respeitar o bem e o mal, a saber interpretar o certo e o errado, acabei por ser aquele que um dia viveu o seu próprio interior, no fundo acabei por perceber o elemento que nos fascina a todos, de uma forma ou de outra, todos temos o elemento que nos faz sonhar, ser e avançar, fácil é se o entendermos na plenitude, fascinante será se o conseguirmos descobrir e percorrer este caminho com ele.

Estou à tua porta, bati para entrar, no teu olhar vejo o caminho que me acompanha, a verdade que me conduz, estou só e só quero ficar, pois contigo não posso estar, tudo é claro, tudo é branco, simples e verdadeiro, aqui tudo se transforma, tudo é belo e tudo é traduzido em paz e harmonia, daqui posso ver tudo e ouvir tudo, um dia, nesse dia, irás ser tu a viver este tempo, um tempo eterno na eternidade, não penses, não te iludas, um dia virás, um dia serás tu a ditar estas palavras para alguém que como tu me está a ouvir, não te esqueças de não te esqueceres de mim. 

Ainda que caiam os céus, que a terra adormeça, que as árvores deixem de falar e que as águas do mar deixem de chorar, ainda que as nuvens se evaporem e os gritos se calem, ainda que julgues ser o que não és, ainda que o vento não sopre e a chuva deixe de cair, eu estarei aqui para ti, a minha alma estará pronta para te ouvir e o meu coração pronto para guardar o teu último suspiro.

Anda, caminha, sorri, chora e diz o quanto significas para mim, existes e estás perto, muito perto, por vezes não te reconheço ou não te quero reconhecer, estar atento à tua presença, à tua palavra, ao teu sentido, estar atento à tua lição, ao teu empenho, ao teu propósito, nem sempre estou, por vezes estou longe, distante e desatento, mas na verdade, tu sabes, comigo podes contar, pois sou teu amigo, teu confidente, em ti acredito e me revelo, em ti acordo o meu sonho e vivo a minha realidade, em ti abraço a verdade e enfrento a mentira, em ti olho o escuro e ouço o silêncio.

Uma nova era se avizinha, um novo tempo, um novo mundo, uma nova página, talvez até, o fim de um capítulo nunca acabado, quem sabe, nunca o saberemos, a verdade é que não estamos preparados para os tempos vizinhos, ainda não, ainda temos muito a aprender, a descobrir, a respeitar, a destruição é iminente, as nossas acções são, cada vez mais, desviantes, existe, por assim dizer, um retrocesso de pensamento, de atitudes, de verdades, somos pequenos, muito pequenos, diria que, invisíveis aos olhos da mãe natureza, somos os responsáveis pela sua revolta e nem por isso temos a dignidade de a respeitar, de lhe pedir desculpa, de mudar o nosso comportamento, um novo livro está a ser escrito, falta saber qual será o nosso papel, leitores ou protagonistas?    

Nem palavras, nem ventos ou tempestades, canções por ouvir que são eco da nossa memória, sermos nós, simplesmente nós, lembro-me de ti, da tua verdade, lembro-me que tudo passa e que nada volta, sei que tudo é escrito no teu livro, sei que me vês, sei que me sentes, sei que me lês, sei porque sinto que jamais te esquecerei, estarás em primeiro, serás o alfa e o ômega, o princípio e o fim, vou ficar a esperar e vou lutar contra tudo e contra todos, vou escrever e vou conseguir vencer o teu caminho, sem ti as árvores não crescem, os anjos não cantam, contigo irei vencer a dor do silêncio, irei ser a memória das tuas mãos, irei ser a saudade que tiveres no dia que partir, serei a sombra que te acompanha e que te faz ver a estrada sem fim, leva-me contigo e deixa-me ser teu... 

Não podendo ler a tua mensagem e o teu pensamento, resta-me o teu olhar, os teus olhos abertos e a forma como me transfiguras, como me deixas sem palavras e sem qualquer reflexo ao nosso mundo, na verdade vou continuar a ver em ti, não aquilo que quero que sejas, mas aquilo que sei que vais ser.

Em que pensar senão em ti, que fazer senão por ti, o que para ti significa um profundo pensar, para mim é o melhor de todos os sorrisos, o único que me transcende e me preenche, o teu olhar que nada vê senão sombras, para mim a paisagem mais bela e perfeita, o olhar mais sincero e verdadeiro alguma vez visto, não quero deixar de escrever para ti, tu, que tudo isto me fazes viver, agradeço-te, amo-te para toda a eternidade, serás a árvore que deu o fruto da minha vida, a força que faz de mim o que sou, orgulho-me de te ter ao meu lado, para sempre teu.

É Ela que nos proporciona saber o valor que a vida tem, são os os seus olhos, a sua boca, o seu nariz, a sua pele, é o seu cheiro, o seu corpo, a sua fragilidade, é por Ela que vivo, é por Ela que escrevo, é por Ela que sinto este inimaginável sentimento, este querer, esta vontade, pegar-te nos meus braços, sentir-te junto a mim, não pode, não é justo que exista esta vontade que não nos deixa respirar, que não nos deixa fechar os olhos, que não nos deixa pensar, simplesmente nos absorve, nos engole, nos leva com ela para um lugar a que os comuns chamam paraíso, um lugar que jamais esquecerei.  

É uma dádiva, uma benção, não existem palavras que possam descrever o que vivi, o que sinto e o que jamais esquecerei, olhar para ela, tocar, cheirar, sentir, ouvi-la chorar, as lágrimas de alegria não param de cair, o pensamento é único, a verdade existe e o mundo torna-se mágico, amo-te Maria!

Quero partilhar o meu desejo, a minha memória, quero com palavras dizer o quanto estou grato, o quanto presto a minha homenagem, o quanto alegre estou, quero dizer em voz alta, quero expressar a minha verdade, quero chorar de alegria, quero trazer de volta a emoção, quero estar aqui, quero ver-te, quero ler-te, quero ter-te nos meus braços, quero educar-te, quero sentir-te, quero crescer contigo, quero....simplesmente quero!!

Pede, mas pede em consciência, sempre que falamos baixinho, sempre que desabafamos com o nosso íntimo, as palavras que dizemos não são audíveis pelos homens, no entanto elas não morrem no silêncio, elas são ouvidas pelo nosso coração, por ele são tratadas e pensadas, nessa altura, as palavras são o teu pensamento, o pensamento do teu coração, da tua essência, é legítimo e bondoso, é altruísta e verdadeiro, quando assim é, o teu comportamento arrisca e a tua vontade é transmitir a todos aquilo que o coração te ordenou, pede, mas pede com coração, só assim poderás ser ouvido. 

Não faço ideia, não sei, nem tenho em mente saber se um dia vou ser ou não uma pessoa diferente, simplesmente consigo olhar para mim mas não descubro quem sou e o que sinto, por vezes as nossas acções comportam-se não como nós queremos mas como sabemos que devem comportar-se, quero compreender o que sou e porque o sou, quero descobrir em mim a razão do meu comportamento, quero ser assim ou não, em ti vejo a força, a vontade, a verdade, em ti posso ver-me, sentir-me, posso consumir-me, por ti faço-o, por ti parto à descoberta de mim.

Palavras e retratos que explicam quem somos, verdades e sentimentos que comportam o carácter e a dignidade que vivemos, razão e emoção que prometem a dor, a alegria e a vontade da vida, sorrisos e lágrimas que escondem uma alma envergonhada, caminhos perdidos que se encontram, mar de ideias e compaixão, saber imortal que transforma o que somos no primeiro passo, na primeira palavra, no primeiro berro, no primeiro olhar.