Tudo
o que preciso é de uma página em branco, é deste silêncio
que invade o escuro do meu quarto, tudo o que preciso é olhar em volta e nada
ver, assim como agora, assim como te escrevo, de costas voltado a ouvir o som
das palavras que tenho dentro do meu pensamento, de repente tudo começa a
ganhar vida, do escuro do meu quarto desperta uma lenta e demorada penumbra que
vai abrindo o meu horizonte, que me mostra a existência de algo para além da
escuridão, começa a ficar mais forte, mais intenso, o silêncio, continua a fazer-se
ouvir, ele e o som das palavras que me deixam acordado neste quarto de
incertezas, será possível que os meus olhos consigam ver o mundo deste pequeno
e escuro lugar, esse mundo imenso que espera por mim, esse mundo que ainda tem
tanto para me dizer, que ainda tem tanto para ouvir. Por esta altura a
claridade que daqui emana já me deixa diferenciar onde estou e por onde quero
caminhar, o sítio parece apertado e com uma única saída ou direção, mas isso
era se eu estivesse dentro do meu quarto e não dentro do meu coração.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
Comentários
Enviar um comentário