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Desafio

Desabafo na hora da partida, escolho o tema e ilustro-o num desafio inquietante, percorro a linha e a ideia de conseguir chegar lá, subo e desço as escadas, passo por janelas e portas, umas com e outras sem, ao longe a vista deslumbra um rio que bate no mar e que faz cruzar tormentas dignas de Adamastor, não existe, eu sei, mas é um Desafio, é a escolha do caminho por escolher, aquele que existe ainda sem existir, é a criação, a procura, o prenúncio, é a descoberta da capa pela contra capa, é usar uma perna antes da outra e interiorizar uma certeza, a de que conseguimos desafiar o próprio.    
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Prometo

Prometo continuar a guardar este lugar que se destina a ti, desgovernado e permissivo vai o querer, tenho saudade do que me traz por cá, por entre muros, fronteiras e descobertas vou comprando cada letra que falta do alfabeto, anos, foram precisos anos para esconder-te, e só por isso existes e estás dentro de mim, serei o que de mim fizeres porque por entre anjos e demónios sinto-te e continuarei a sentir-te, ainda que caiam os céus, por ti tudo e por ti também, e é, simplesmente, mágico, sentir e ter-te novamente. 

Sabedoria

Há luto e agonias nos pedaços de corpos que repousam uns sobre os outros, nós, os que desenham, intentam o traço e libertam as formas onde o olhar e as mãos gostam de repousar, onde pernoitam as estrelas e os anjos, onde os lápis se confessam calados e a sabedoria se perde.

Estamos

Passo por aqui poucas vezes e das poucas vezes que passo, encontro-te sempre, só para sentir que existes em mim, que sou em ti o que jamais poderei deixar de ser, encontrar assim é construir marés por navegar, é esconder lágrimas e repartir o silêncio, viver assim é saudade, como agora, neste instante em que te olho e sinto um momento de vida, estamos juntos. 

E...

E, assim todos os textos devem terminar, sem ponto final, porque deixam o pensamento aberto, porque deixam as palavras por dizer serem ditas, porque prefiro escrever-te sem fim, amar-te sem fim, viver-te sem fim, abraçar-te entre vírgulas e pontos de interrogação, prefiro inventar metáforas e recriar a ideia de uma exclamação para além de todas as letras, e...

Imperfeito

Tenho saudade de te escrever, no entanto o tempo passa, o cabelo cai, a barba cresce, as palavras enchem-se de nada e ficam por dizer, pelo menos em voz alta, quem disse que as palavras faziam sentido é porque nunca conseguiu ouvir o silêncio. Ainda demoras muito a dar-me um abraço, invento-te nos gritos que vou ouvindo, percorro a imperfeição como um louco e juro por todo o silêncio que existe que continuas a ser o que sempre foste para mim.

O labirinto do tempo

Visto daqui pareces distante, tudo faz sentido e é finito quando os teus olhos pronunciam o desenho desenhando e as tuas palavras escrevem escrevendo, é o teu corpo que deslumbro, alto e legítimo, como na anunciação, fecundado no espírito, como no alfa, que vagueia no éden ou noutro jardim qualquer. É esse o teu corpo, dentro do desenho e fora das palavras ou dentro das palavras e fora do desenho, deixas-me perdido...na busca do labirinto do tempo, a viajar pelo sentido dos sentidos.