Prometo
ser a pessoa que não sou. Prometo confessar o que jamais pensei dizer. Prometo calar-me
perante a sabedoria. Prometo perder-me na tua beleza, recolher a casa nos
braços do teu abraço. Prometo entregar-me a essa dança inventada por ti. Prometo
o dia que vai acontecer, o dia que vou deixar viver na eternidade, o ómega. Prometo,
numa tarde de sol, perante o mar e para lá da rebentação, perguntar-te até onde
achas que conseguimos ir?
Prometo não querer saber de onde veio, de que é feito
e de quem é a falta. Prometo ousar da emoção e parecer ingénuo. Prometo olhar-te
até esculpir a tua alma, até encontrar o teu verbo. Prometo o vestido curto e
perder-me no nó da saudade. Prometo reinventar o prazer de navegar o corpo,
lançar a âncora e dobrar o bojador na maré calma do teu precipício. Prometo o
desejo e o silêncio, o que advém daí e o que sempre por ti senti.
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