Prepara as palavras, veste-as de delicadeza e afecto, dá-lhes coragem e compromisso. Eu levo o papel e o lápis para, quando chegar, te escrever na eternidade. Não quero a tua virgula, o teu ponto ou a tua exclamação. Quero o teu cheiro e o silêncio do teu sabor, quero sentir a sabedoria do teu olhar, quero ser de ti e em ti, quero partir contigo, admitir a saudade e dar corda ao desejo, quero embarcar de novo, reinventar o prazer de navegar o corpo, quero tornar afável um vento que sopra a urgência do teu destino. Promete que continuas em mim, nessa absurda simplicidade que criamos sem qualquer pudor. Onde fica o céu? Eu sei que esse dia vai chegar, o caminho está a acontecer, está a ser vivido em cada gesto, cada passo, cada palavra e cada olhar, um caminho que me faz pensar no percorrido e me faz sonhar com o que vou percorrer. É um caminho solitário de tantas pessoas que me acompanham, é um grito mudo de palavras que se não dizem, enterro os pés na ...