Assim me deparo com a vida, a minha vida, caminho com passos largos e apressados, não corro nem ando muito devagar, antes percorro o caminho por mim traçado, ou não, talvez traçado por um qualquer imprevisto, a verdade é esta, quando o tempo se torna mais tempo do que o nosso próprio pensamento, lembro a importância de recorrer ao tempo para poder tê-lo por mais tempo, hoje, perante a vicissitude de estar desocupado, não gosto da palavra desempregado, tenho mais tempo para apreciar o tempo, o tempo que olho nos olhos da minha filha, o tempo que não passa e que está sempre a voltar atrás, o tempo futuro que não prevejo mas que quero alcançar, hoje, tenho o tempo de recorrer ao tempo da memória e da dor de ter tempo para tudo, custa parar e abrir a porta ao deserto do tempo, o meu começou agora, é um tempo que não desejo contar, é um tempo que desejo ver passar, é um tempo de solidão e um tempo de viver uma vida desconhecida, é o tempo de apreciar o que me rodeia sem pensar no tempo que vou gastar, é o tempo de sorrir para um tempo novo que há-de vir.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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