Deixas
tanto de ti em mim. Deixas o teu cheiro, a tua natureza, a pele que ainda
sinto. Deixas o gosto do abraço. Deixas o apelo e o sonho desgovernado. Deixas
o corpo que chora e a história mal contada. Deixas a sombra e a certeza. Deixas
o nada e o tudo para sempre. Deixas o teu mundo tão longe. Deixas a tua voz, o
momento e o canto da tempestade. Deixas o mar sozinho e o céu tão perto. Quanto
tempo fomos, quantos dias, quantas estradas e quantas vidas serão, quantos
desertos e quantas metades, quanto silêncio e quantas vontades. Ninguém sabe,
ninguém tão perto. Sei de ti e sei que deixas tanto de ti em mim. Isso
basta-me.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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