Saudade, se
é, que seja forte, intensa, violenta e excessiva no sentir, que seja levada até
às lágrimas ou até à profunda verdade. Se é saudade, que seja doce na
admiração, que seja simples de gestos e vontades, que seja em forma de silêncio
ou que se pronuncie num grito inaudível. Se é saudade, então que seja cúmplice
no corpo e no desejo, que seja de orgasmos mútuos e proibidos, que seja a
beleza do que é belo, o suor do sofrido e a palavra da solidão. Se é saudade,
que seja no tempo eterno do abraço, no enigma do beijo e na litigância dos
sentidos. Se é saudade, que seja o presságio comovido do olhar que deixa
escapar a dor e irrompe do coração uma espécie de tumulto. Se é saudade, então
que seja um texto escrito a quatro mãos, que ame sem cura e sofra sem remédio.
Se é saudade, que seja de ti e de mais ninguém.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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