Saio e vou em direcção oposta, caminho por entre os trilhos e as pedras, ainda distante ouço o barulho do meu destino, no bolso levo a minha mão transpirada, no olhar, o desejo do concreto e do imaginário, a luz é escura e o dia está cinzento, por vezes o sol aparece como que a dizer "bom dia", embora sinta as pernas a tremer, não as consigo fazer parar, tenho aquele lugar no pensamento e é até lá que quero ir, deslumbro no horizonte a imagem que procuro, aquela que me dá o alento e a vontade de continuar, passo por pontes estreitas que vagueiam sobre a terra e o mar e interpelam o céu para me deixar passar, entre mim encontro a minha outra face, o meu outro eu, entre mim e eu faço o caminho que nem sempre quero, que nem sempre posso, estou perto, sinto que estou perto, sinto os meus passos, sinto que vou para onde o eu me deixar ir.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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