Onde
estás tu que não te vejo, onde escondes esse abraço que suspiro, que torna
santo o meu culto desconhecido. Recusas o texto do teu olhar e namoras a
verdade das palavras que só se escutam no silêncio, buscas no adjectivo uma
forma de murmúrio e agarras o verbo numa fala descuidada. Desejo esse teu
templo perdido, entre os cachos da lua cheia e a imensidão do infinito, ia
jurar que ainda sinto o rasto do teu cheiro, mas o que mais impressiona neste
sufoco de doces aflições são os domingos da vida.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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