São
as lágrimas que ocupam o meu desassossego, que me deixam capaz de nada dizer,
que me levam a virar a cara para o outro lado porque sinto o travesseiro
molhado, são as mesmas lágrimas que me fazem levantar a cada dia, que me fazem
olhar o escuro do meu quarto sem qualquer medo. São lágrimas que me deixam a
sós na minha solidão. São lágrimas que caem sobre o meu rosto e me fazem provar
o seu gosto. São lágrimas que amam e que são amadas, que vivem e que morrem em
mim. São lágrimas que fazem amor comigo, que nunca deixam o meu corpo, que
escorrem delicadamente sobre ele até à certeza da sua efémera existência. São
lágrimas que vivem breves segundos como únicos, como o instante em que tudo
acontece. São lágrimas sem nome, que só aparecem na presença desse amor que
vive dentro de nós.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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