No momento em que a sombra fica sozinha, em que o bilhete escrito nada diz, uma espécie de céu aparece e nele retrata um pedaço de mar num dia devagar, uma luz inquieta devolve uma voz num secreto adeus sem aceno, levas-me no momento e escondes-te no tempo, perdes-te em mim numa estrada infinita, num lugar distante e num desejo apertado, num suspiro escondido, num encontro despido e abraçados no nada, num olhar infinito de um beijo que não basta, deixas a memória das palavras entre a luz e a escuridão, deixas o eu e o tu perdidos e sós, deixas o medo e a paz de mãos dadas, deixas a loucura e o desejo de um coração em revolta, deixas o momento, deixas o vazio preenchido, a vontade realizada, deixas os dias e as noites, deixas o fogo e o espaço, deixas o salto por fazer, deixas as mãos cheias de tudo, deixas o encontro da estrela com o sol, deixas a nuvem que começa e o silêncio da guerra, deixas o passado e o presente, fica o momento.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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