Enquanto jovens, digam o que disserem, consideramos a vida como sem fim e usamos o nosso tempo com prodigalidade. No entanto, quanto mais velhos ficamos, mais tempo desejamos. Durante a velhice, cada dia vivido desperta uma sensação semelhante ao de uma consciência delinquente a dirigir-se para o abismo, o próprio tempo, na sua juventude, dá passos bem mais lentos. Por conseguinte, o primeiro tempo de vida é não só o mais feliz, mas também o mais longo, e deixa muito mais lembranças, sendo que cada um poderia contar muito mais coisas sobre ele do que sobre o segundo tempo. Como na primavera ou verão do ano, também na da vida os dias acabam por tornar-se incomodamente longos. No outono ou inverno de ambos, tornam-se mais breves, porém mais serenos e constantes.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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