Sou
eu mesmo, esse desenho feito de sombras que me perseguem e que desconheço as íntimas
e verdadeiras provocações, não será por acaso que o lápis toma o caminho pelo
desconhecido, e de papel em papel se projecta num presságio de silêncios mal
amados e desconfiados pelo medo. Sou eu, entre ti e tu, sempre sobre uma linha que
se confunde com um destino, sou o desenho e o que o desenho é de mim,
que pode incluir tudo, até este tempo ou um outro qualquer, até uma saudade que
não vou admitir ou um pensamento que não quero demonstrar. Porque não um novelo
de cansaço, um corpo adormecido ou uma esperança esquecida. Sou eu, um exército
de raros momentos que perfilam a devoção até chegar outra palavra, outro
sujeito ou outro verbo, atá ao dia em que a dor deixa de doer e o desenho deixa de escrever.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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