Pegamos ao acaso numa palavra, agora no que ela significa, o seu verbo, depois manuseamos o texto com arrepiantes adjectivos e golpes de escrita que achamos criativa, trabalho solitário este de desenhar a escrita em busca do abraço. Encontrado que está o dito, perdemo-nos na história com que tecemos o sentir e parecemos meninos a quem tiraram o brinquedo, do teu gesto, do teu toque, da tua presença desabam as estrelas e pedaços de lua cheia, as pernas tremem e o mar vai temperando as areias que escaldam e anunciam o inicio do susto que oculta o medo da verdade que sentimos, em torno de mim rodopia a tua cintura, em torno de ti ancoram os meus sentidos, finalmente fechas os olhos até pegarmos em outras palavras, em busca de outro abraço...
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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