Ausente que estou do teu olhar, contra o vento de afectos, debico o sentir da tua presença no meu pensamento, dorme o resto do corpo e mordem-se de deleite os lábios da alma, os braços que feitos de sombras e de íntimas aflições seguem a penumbra de um traço profundo no silêncio que adormece o medo. A linha da vida é difusa e até pode parecer com a linha do destino, mas sou eu, sou eu quem desenha e escreve de mim, sou eu quem cheira a terra após a chuva, é de mim que parte este velho testamento, é de mim que grita a raiva e a busca da resposta, é, provavelmente, o que faz a diferença, encontrar no meu mistério a inquietude, habitar no silêncio e abrigar a dor, fazer deste desejo o objecto do desejo de ser olhado. Acredito em ti meu Anjo.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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