Do mais puro e instinto sentir é esta a encenação que liberta o traço e o fascínio pelo querer, ouço, leio e sinto as tangências de um assédio petrificado, libertador e extasiado, num destes escritos que babam de cobiça, dobra-se o ser sobre si mesmo, numa coreografia de desejo que não tem fim, é uma dança desnuda em lençóis de amarras, é um mar de sentidos, o corpo que cerco, onde de peregrino faço um caminho sem fé, visto assim, é o finito, o primeiro e o último, é da lonjura onde nasce o olhar, é um prenúncio difuso e íntimo, o que posso eu dizer além do sempre, como não é perturbador saber se o sentir é o acessório do olhar ou se é na dor que intento este prazer, nada é tão simples de tão enigmático, repousa a mão no presságio que comovido olha e deixa escapar a dor, condenada nas linhas da inocência, essa dor que ama sem cura e sofre sem remédio, confesso-me calado perante essa beleza, perdido perante os braços da quietude, entrego-me ao silêncio porque mil vezes bate o coração desarmado, outras mil sobressaltado e mil vezes mil magoado, porque de onde quer que venha, onde quer que esteja, até ao fim do horizonte, até para lá do olhar, comovido, sou eu, confesso que de amor sofro, na vontade como na dor.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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