Sou eu, nesse copo
meio cheio para alguns e meio vazio para outros. Sou eu, esse desenho feito de
sombras que me persegue e que conheço de outras aflições. Sou eu, que realço
por palavras um prenúncio de silêncios mastigados de angústias e medos. Sou eu,
aquele que olha o retrato e que lembra memórias ao acaso. Sou eu, saciado sem o
gosto e sem o abraço de um beijo apertado. Sou eu, aquele que soma as vezes da indiferença,
aquele passageiro em trânsito, o ícaro da ousadia. Sou eu, que renovo a volúpia
e agito a insinuação. Sou eu, que adormeço à deriva e que sossego sem colo. Sou
eu, que admito a saudade mesmo de algo que não existe. Sou eu, que escondo o
desejo na alma despida. Sou eu, que me confesso calado perante o que é belo. Sou
eu, que não quer saber o motivo ou de quem é a culpa. Sou ele, confesso…
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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