Certo
dia disseram-me que a nossa vida devia pautar-se na transformação de tudo o que
é menos bom em bondade. Nesse momento, e com estas palavras, aprendi que o objetivo
de aqui estar teria que ser outro, que a palavra tem um dom, que o seu poder é
enorme para o mal, assim como para o bem. Aprendi que não podia deixar de ser
cuidadoso em relação ao que digo, pois as palavras que profiro demonstram o profundo
do meu coração. Aprendi que é nos outros e com os outros que me posso
encontrar, aprendi que a morte do próprio eu ampliava a ideia do significado da
vida, aprendi que a união fortalece, aprendi que a razão nunca está só, aprendi
que o silêncio também se ouve, aprendi que o arrependimento pode salvar, aprendi
a escutar a alma, aprendi que a gratidão deve ser olhada, que os capítulos
escuros da vida são uma aprendizagem, aprendi que tudo tem duas leituras, aprendi
que a incapacidade de escolher o meu destino é a maior mentira do mundo, aprendi
que o simples é sempre o mais belo, aprendi que um livro deve ser lido pelo
menos duas vezes, aprendi que o amor transforma, imita, chora e permanece, aprendi
que a saudade magoa, aprendi a importância do horizonte, aprendi que o coração
também tem medo e que ninguém consegue fugir dele, mas ainda não aprendi a transformar
tudo o que é menos bom em bondade.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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