Metade,
partido, assim como incompleto, como se existisse só um lado, só a cara,
sem coroa, ausente que estou do meu adverso que invade o pleno de mim. Imperfeito,
arredado dessa outra metade que me fascina, que já esteve e que já partiu, que tarda
em voltar. Não sinto o perto nem o distante, é como um quase tudo, um quase
mas. Suspenso, submerso de uma palavra, de um sinal, de um gosto, de um dia. A
desassossego que vivo não se coaduna com a delonga desse sentir. Resigno-me da
palavra, do olhar, de tantas outras coisas. Submeto-me ao pedido da vida, hoje
e sempre, porque é sempre possível amar, mesmo se os outros não precisarem do
nosso amor, porque esse amor sincero, esse amor sentido, esse amor que fala do
coração é o único que é capaz de perdoar, de tolerar, de viver, de respeitar,
de interiorizar e acima de tudo de prevalecer sobre todo e qualquer pensamento
humano, porque é nesse amor que se deve ler o silêncio e é nesse silêncio que
se deve falar de amor.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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