O cheiro da terra, a sua cor avermelhada, esse sol que se esconde no horizonte, este silêncio que se estende na memória de um dia que ainda não vivi, a fotografia que ainda não tirei, a música que ainda não ouvi, a rua que ainda não percorri, a viagem que ainda não fiz, o reencontro que ainda não chorei, com quantos traços se pode apagar a memória, com quantos instantes se pode escurecer o querer, o sentir, onde estás tu, por onde andas, levanta-te e mostra-te, deixa-me agradecer, deixa-me viver, deixa-me entender esta culpa, esta raiva solitária, deixa-me figurar perante ti, deixa-me romper o equívoco, rasgar o silêncio, deixa-me meditar no abrigo da dor, da tua dor, deixa-me ser o verso e a melodia que o acompanha, deixa-me ficar na cor dos teus olhos, no limite da tua cumplicidade, deixa-me ser tudo em ti, minha triste e futura memória.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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