Embarco de novo nesse medo, o medo que reinventa o prazer de navegar este
mar nunca antes navegado, distingo na perfeição o desenho que,
repentinamente, se torna sopro de desejo onde tudo acontece. Um de nós
sussurra "como é bom!" e o outro cai sobre as estrelas da espera e
ruma para um vento desconhecido. Outro de nós admite "que saudade!" e
desata as amarras do desejo e lança a âncora na lua. A nossa nova morada. É
então dobrado o cabo da boa esperança a golpes de crateras e cometas, de meteoros
e pontos de exclamação, depois, depois pintamos o corpo no mar da
tranquilidade, sentimos um beijo sossegado e olhamos os corais cá de cima,
liberta-se então o cheiro, impregnando tudo aquilo que é consequência, a
interrogação persiste e o ponto final clama por entrar neste enredo sem fim,
sem limite e sem verbo, onde a busca pelo acento é feita por adjetivos
solitários , onde o medo realça a escuridão, onde o medo pega ao acaso na
palavra e transforma-a no texto da vida, a vida que nos espera, sem pontos e
sem medo.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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