Tirando o desenho de
cores escuras e contornos delicados, aparece o índice que me reabre as páginas
da vida e me faz aparecer no que leio mais à frente. Depois de me ver em plena
leitura, sou confrontado com o amigo, esse que imagino e que me faz sonhar,
esse a quem conto tudo, a quem não segredo nada, esse que me limpa a alma e me
invade o coração, esse que conhece o que de mim é desconhecido, permitindo-me saber
que o imaginário é infinito, não esqueço o preâmbulo e as partes ou capítulos
em que o livro se divide. Em mim, escrever, é sempre poder levar a quem lê
a sua própria história, escrever é tão somente criar, viver, sentir, é
considerar o outro, é ter prazer no que daqui pode ser pensado, escrever é mais
do que isso, é mais do que está a pensar, é mais do que penso, é ser, é soberano,
é ter na página a frente e o verso, é saber olhar, é permanecer numa arte que
identifica a alma como sendo minha e de mais ninguém, é como viver uma vida que
é despojada do eu, se assim não entender, escreva, escreva e diga-me o que
sente…
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
Comentários
Enviar um comentário