O olhar que pode
intimidar, que pode fazer viver, esse olhar que descobre o adormecido, que vive
o desconhecido, o olhar sincero, feliz e único que se sente no coração, o olhar
que une duas almas, que olha de olhos fechados, o olhar que conhece as costas, que
passa pelas palavras, que lê nas entrelinhas, o olhar que comove, que não
adultera, que não mente, o olhar da beleza e da metáfora, o olhar que descobre
o sol no caminho de uma folha caída, o olhar amadurecido e de paladar acanelado,
o olhar escuro da noite munido e perfilado de anúncios presunçosos, o olhar
inquieto da intriga, o olhar que nunca foi visto, o olhar sofista, o olhar da
arte e do domingo em descanso, o olhar nómada e fascinante, a força e a cor de
um olhar meigo e doce, a alma de um olhar que se perde num vestido curto ou num
sabor salgado de uma qualquer lágrima de saudade, que dizer do olhar, desse
olhar, do olhar em silêncio, aquele que perturba e que tudo significa,
aquele que jamais se esquece, aquele que substituí a escrita e a
fala, aquele que resume tudo e que em tudo se resume.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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