Caminho pelo livro que acabo de desenhar,
não sei de quantas folhas é feito porque todos os dias viro uma e começo outra,
sigo a intemporalidade do tempo, essa página que separa o ontem e o que sou
hoje. O momento em que começo a linha que tudo transmuta, os dias, as horas e
os segundos, este sentir que é eterno, intenso, repleto de mim e de ti, tudo
numa simples linha, a linha que imagino como caminho e que acalenta a alma,
perdi algumas palavras por esse caminho, mas quem hoje não caminha comigo, não
lê metade de mim, porque hoje eu sou isto e muito mais, não estou sozinho no
meu silêncio, e quem caminha ao meu lado acalma-me a alma. Quem está,
encontra-me, quem esteve, ficou parado e não quis vir, quem veio, escuta os
sussurros das minhas palavras, quem virá, a próxima página o dirá. Da natureza
de uns e de outros se tece o argumento deste livro. Em uns e outros, a arte
que se escreve e que se expõe, alada e complexa. Assim vão as páginas da vida.
Na descoberta de uma nova palavra somos confrontados com tantas que não conhecemos que nos apraz dizer que dentro de nós existe sempre algo desconhecido, que neste dia, alguém irá aparecer, falar e dizer qualquer coisa que por nós nunca foi ouvido, a isto chamamos crescer, aprender e respeitar atitudes e comportamentos que desconhecidos podem pronunciar a melhor razão do saber.
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